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Conceitos necessários – 4

4. Em busca de mais fundamentos

Considerando que encontramos vestígios de sociedade desde longa data, podemos observar que alguns princípios vêm desde aí, misturados ou não com o que se considera religião. Assim sendo e sabendo que a maioria dos brasileiros possui alguma religião, estando no Cristianismo sua maior concentração, pergunto: não seria importante mencionar os fundamentos vindos daí?

Remontando a Êxodos, encontramos algumas frases de onde foram retirados os Dez Mandamentos, e do que é o Novo Testamento, poderíamos resumir que tentamos seguir todos os ensinamentos de Jesus, uns mais e outros menos, respeitando o que cada um pensa.

Mas agora, vamos nos ater somente a alguns dos Mandamentos. Primeiramente, ao que se refere ao falso testemunho, ou seja, à mentira. Está se tornando quase que insuportável conviver com tanta mentira. Nada se constrói sobre ela. Uma sociedade não sobrevive se tem como alicerce a mentira. Isso pode parecer um pouco filosófico, mas não é.

Pena que existam certas atividades em que a mentira seja algo tão comum que se mistura com a verdade, que se confunde com o que é correto. Na política se mescla com o conceito do que deve ser segredo de Estado, ou com segredos escondidos por aqueles que fazem o que não está permitido por lei ou por ética e que, se a população soubesse, com certeza, não aprovaria. Isso somente leva à corrupção, e a corrupção gera perdas, atrasos e frustração.

Se você pensar que esse é o principal Mandamento para que os corruptos não aprovem a citação dos Dez Mandamentos numa Constituição, eu estaria de acordo contigo, e por isso mesmo, eu os citaria.

Outro comportamento interessante a ser mencionado é o de ‘não cobiçar as coisas alheias’ e o de ‘não furtarás’, e que pode ser contestado ao ditado ‘achado não é roubado’. Será mesmo? Ao visitarmos alguns países, podemos encontrar um casaco, um cachecol, uma botinha de criança, deixadas em um banco da praça, ou em lugar visível, para que a pessoa que perdeu possa voltar pelo mesmo caminho percorrido e encontrar o objeto perdido.  Outra forma de viver? Sim, e melhor do que a nossa.

Por último, menciono o que, para um Estado laico, poderia ser um problema: ‘Amar a Deus sobre todas as coisas (e não ter outros deuses)’. Porém, se o separamos em duas partes: para aqueles que são religiosos e para os que são ateus, talvez nos ajude a analisá-lo melhor.

A partir do momento que se acredita num ser superior, que a tudo vê, fácil é entender que isso refreia as más ações ou pensamentos. Se o sentimento por Ele é de amor e respeito, tudo o que ocorre na vida passa a ser gratidão e merecimento. Em se acreditando em vários deuses, há o conceito de que pode haver conflito entre eles, e conflito significa paixões e sentimentos humanos, não condizentes com o que queremos de Deus.

Não tomar seu santo nome em vão’. Aqui está uma das mais importantes regras para qualquer relacionamento, pois toda vez que a palavra ‘Deus’ é pronunciada, a conversação se envolve em um suposto manto de lisura, compaixão, retitude e respeito. Se em qualquer sociedade houver pessoas que a utilizem a qualquer hora, com qualquer tema, mas sem nenhuma retitude na ação ou pensamento, qualquer relacionamento, seja ele íntimo, pessoal, comercial ou qualquer outro, será muito mais difícil.

Outro ponto a observar é a quantidade de vezes que escutamos ser pronunciada a palavra ‘Deus’ por aqueles que não querem dizer toda a verdade, utilizando-a como se bastasse para o que está sendo dito não ser posto à prova. Logicamente, não há cabimento em serem proferidas por ateus. Não podemos nos esquecer que o objetivo de todos é ajudar a sociedade e a ciência a evoluírem.

Quanto aos demais Mandamentos, penso que dificilmente encontraremos alguém que tenha algo contra.

Por todo o dito, eu incluiria os Dez Mandamentos como fundamentos de qualquer sociedade, e portanto, em uma Constituição, com as ressalvas já ditas com relação aos ateus, para que não sejam penalizados por assim serem. Há muitos ateus cujo comportamento é irrepreensível, muito mais do que alguns fervorosos religiosos.

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